Neste dia 31 de outubro, data em que se comemoram as muitas reformas religiosas do séc. XVI, me encontro a imaginar uma conversa entre Francisco de Assis e Lutero...
- Bom te ver, aqui, Frei Francisco, o grande fundador da Ordem dos Frades Menores.
- Bom te ver também, Frei Martinho, o grande fundador da Igreja Luterana!
- Pois é, Frei Francisco... Mas a verdade é que eu nunca quis fundar uma igreja. Meu único desejo era ver a única Igreja de Cristo toda ela reformada.
- Coincidência, Frei Martinho! Eu também nunca quis fundar uma Ordem Religiosa. Eu só queria que todos os cristãos, desde os mais simples até o Papa, apenas vivessem o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, pobre, humilde e obediente. Até hoje não me conformo que os frades tenham aceito uma regra, conventos, títulos... Tem até frade que é bispo, cardeal! Acho que falhei em alguma coisa.
- Eu também acho que falhei. Eu só queria que a Igreja voltasse a viver o Evangelho de Jesus Cristo e deixasse de se preocupar com riqueza e poder.
- Pois era isso exatamente o que eu queria: uma Igreja pobre e que estivesse junto dos pobres.
- Meu problema acho que foram os príncipes alemães que se aproveitaram da insatisfação religiosa e a direcionaram para seus interesses políticos. E eu, ingenuamente, crendo que eles tivessem boa vontade, me deixei levar por sua proteção e seus benesses. Erro meu!
- Eu resisti até o fim. Renunciei à liderança da fraternidade fugi para as montanhas, fiz jejum, muita oração, meu corpo ficou todo dilacerado, escrevi para os frades um Testamento dizendo quais eram meus desejos e intenções... mas não adiantou! O canto de sereia das benesses eclesiásticas foi mais forte e o movimento foi domesticado. Por sorte teve Clara de Assis, minha companheira desde a juventude, que se manteve até o fim, até fazendo greve de fome. E depois vieram os frades que se chamavam de espirituais, pois diziam que o único superior da Ordem é o Espírito Santo e que os frades não podem ter nenhuma propriedade. Mas foram expulsos da Igreja como hereges...
- Pois, ouviste, Frei Francisco, falar desse Papa que aí está, que aliás, leva o teu nome, o Papa Francisco?
- Sim, e parece que ele também está tendo problemas com a Igreja..
- Mas ele não é o Papa?
-É, sim. Só que é um Papa meio estranho. Ele quer uma Igreja pobre e com os pobres. E muita gente na Igreja, principalmente alguns cardeais, bispos, padres, não estão a fim de deixar seu poder e sua riqueza para servir aos mais fracos e humildes...
- Bah! Se o Papa do meu tempo fosse assim, eu não teria pregado as 95 teses na Igreja de Wittenburg. Teria feito uma aliança com ele e teríamos mudado a Igreja.
- Será que ele vai conseguir mudar a Igreja?
- Eu só espero que os seus seguidores não sejam obrigados a fundar outra Igreja. Já chega de divisões na Igreja de Cristo.
- E eu espero que ele não seja obrigado a fundar mais uma Ordem Religiosa. Já tem demais...
- Prazer te ver, Frei Francisco.
- Prazer foi meu, Frei Martinho. Quer vir jantar lá em casa?
- Com certeza. Mas antes da janta, vais ter que me deixar fazer um sermão sobre a Carta aos Romanos.
- Sem problema! Desde que tu me deixes eu te lavar os pés antes da leitura.
- De acordo. Até logo...
- Bom te ver, aqui, Frei Francisco, o grande fundador da Ordem dos Frades Menores.
- Bom te ver também, Frei Martinho, o grande fundador da Igreja Luterana!
- Pois é, Frei Francisco... Mas a verdade é que eu nunca quis fundar uma igreja. Meu único desejo era ver a única Igreja de Cristo toda ela reformada.
- Coincidência, Frei Martinho! Eu também nunca quis fundar uma Ordem Religiosa. Eu só queria que todos os cristãos, desde os mais simples até o Papa, apenas vivessem o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, pobre, humilde e obediente. Até hoje não me conformo que os frades tenham aceito uma regra, conventos, títulos... Tem até frade que é bispo, cardeal! Acho que falhei em alguma coisa.
- Eu também acho que falhei. Eu só queria que a Igreja voltasse a viver o Evangelho de Jesus Cristo e deixasse de se preocupar com riqueza e poder.
- Pois era isso exatamente o que eu queria: uma Igreja pobre e que estivesse junto dos pobres.
- Meu problema acho que foram os príncipes alemães que se aproveitaram da insatisfação religiosa e a direcionaram para seus interesses políticos. E eu, ingenuamente, crendo que eles tivessem boa vontade, me deixei levar por sua proteção e seus benesses. Erro meu!
- Eu resisti até o fim. Renunciei à liderança da fraternidade fugi para as montanhas, fiz jejum, muita oração, meu corpo ficou todo dilacerado, escrevi para os frades um Testamento dizendo quais eram meus desejos e intenções... mas não adiantou! O canto de sereia das benesses eclesiásticas foi mais forte e o movimento foi domesticado. Por sorte teve Clara de Assis, minha companheira desde a juventude, que se manteve até o fim, até fazendo greve de fome. E depois vieram os frades que se chamavam de espirituais, pois diziam que o único superior da Ordem é o Espírito Santo e que os frades não podem ter nenhuma propriedade. Mas foram expulsos da Igreja como hereges...
- Pois, ouviste, Frei Francisco, falar desse Papa que aí está, que aliás, leva o teu nome, o Papa Francisco?
- Sim, e parece que ele também está tendo problemas com a Igreja..
- Mas ele não é o Papa?
-É, sim. Só que é um Papa meio estranho. Ele quer uma Igreja pobre e com os pobres. E muita gente na Igreja, principalmente alguns cardeais, bispos, padres, não estão a fim de deixar seu poder e sua riqueza para servir aos mais fracos e humildes...
- Bah! Se o Papa do meu tempo fosse assim, eu não teria pregado as 95 teses na Igreja de Wittenburg. Teria feito uma aliança com ele e teríamos mudado a Igreja.
- Será que ele vai conseguir mudar a Igreja?
- Eu só espero que os seus seguidores não sejam obrigados a fundar outra Igreja. Já chega de divisões na Igreja de Cristo.
- E eu espero que ele não seja obrigado a fundar mais uma Ordem Religiosa. Já tem demais...
- Prazer te ver, Frei Francisco.
- Prazer foi meu, Frei Martinho. Quer vir jantar lá em casa?
- Com certeza. Mas antes da janta, vais ter que me deixar fazer um sermão sobre a Carta aos Romanos.
- Sem problema! Desde que tu me deixes eu te lavar os pés antes da leitura.
- De acordo. Até logo...
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