Ser de direita ou de esquerda, é uma opção
política. Em ambos os casos, nada mais do que uma opção política. A primeira
privilegia o indivíduo e o capital. A segunda - a esquerda - privilegia o
comunitário e o trabalho. Entre as duas opções, há vários tons, tanto de
esquerda como de direita. Os mais conhecidos: centro-esquerda e centro-direita.
E tem também os que se dizem de "centro": nem esquerda e nem direita.
Não sei muito bem o que isto significa. Mas, se há alguém que se autodenomina
assim, é porque isso faz sentido para ele...
Ser democrata ou ser fascista, já não é mais
uma questão política. Ser democrata ou ser fascista, é uma opção ética. É uma
escolha entre a convivência humana baseada no reconhecimento do outro enquanto
sujeito de direitos e deveres. Essa é a opção democrata. Já os fascistas, na
base de sua opção está a afirmação de que há seres humanos que são superiores e
outros que são inferiores e que os superiores tem o "direito" de
dominar e até eliminar os inferiores.
No presente processo eleitoral, temos
candidatos de esquerda e de direita. E de centro esquerda e de centro direita.
E candidatos que se dizem de centro... João Amoedo, Geraldo Alckmin, Henrique
Meirelles, Álvaro Dias, por exemplo, são candidatos de direita. Boulos e Haddad
são assumidamente de esquerda. Ciro se diz e pode ser dito de centro esquerda.
Marina e Daciolo, não sei como classificá-los... Os argumentos por eles
apresentados dificultam uma identificação clara de seu posicionamento político.
Todos eles têm algo em comum: lançaram-se ao
pleito tentando conquistar votos da sociedade brasileira. E todos eles, pelos
que pudemos constatar, aceitarão os resultados da eleição.
Minha opção política, como é do conhecimento de
todos os que observam minhas postagens, é de esquerda. Privilegio o comunitário
e os trabalhadores e trabalhadoras acima do individual e do capital. É uma
opção que tomei e mantenho a partir dos princípios humanitários de minha
formação pessoal e de minhas convicções religiosas.
E essa minha opção pelo comunitário e pelos
pobres inclui a opção democrática. Creio que a convivência com o diferente e a
resolução das diferenças deve dar-se pelo diálogo e, no caso da administração
do poder e do Estado, pela disputa democrática.
Baseado nisso, respeito os que fazem a opção
pela direita. Admiro o João Amoedo, o Meirelles e o Alckmin que, mesmo não
"decolando" nas pesquisas eleitorais, mantém-se na disputa e
apresentam argumentos para tentar convencer os eleitores. Da mesma forma os
candidatos de esquerda. Boulos, Haddad, Ciro... certamente aceitarão os
resultados eleitorais.
Mas há um candidato que, desde o início da
campanha apresenta-se como um candidato anti-democrático. Afirma não conhecer
nada de economia. E nem se interessa por isso. Seu único objetivo é acabar com
as pessoas e grupos sociais que se apresentam, a seu modo de ver, como
incompatíveis com sua proposta de sociedade. Ontem, dia 28 de setembro, este
candidato, em entrevista a um apresentador de televisão também de tendência
fascistóide, afirmou explicitamente que não irá aceitar outro resultado que não
seja o da sua eleição. Essa postura já não é uma postura política. É uma
postura ética inaceitável por quem se proclama do campo democrático.
Essa afirmação do candidato do qual declino
pronunciar o nome é um teste para a maturidade de nossa democracia. Se a
democracia brasileira sobreviver a essa reivindicação autoritária, ela terá
dado um passo acima no patamar da convivência democrática.
E, é o que quero ressaltar, depende da nossa
disposição de eleitores. O tamanho da derrota do candidato antidemocrático será
a medida da capacidade democrática da sociedade brasileira. Cada voto a menos
dado ao inominável, será um voto a mais para a democracia brasileira.
Vote em quem manda sua opção política. Vote em
candidatos de direita ou de esquerda. Só não vote no candidato antidemocrático.
Com a democracia não se brinca e nem se tergiversa. É uma questão ética.
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