A atual pandemia do covid19 é um
momento de dor e sofrimento para toda a humanidade. Principalmente para os
países, cidades, comunidades, famílias e pessoas atingidas. Para os que morrem
e para os que ficam chorando seus mortos.
É ocasião para a solidariedade e
compaixão que, devido às características de transmissão do coronavírus, tem sua
melhor expressão no isolamento social. Quanto menos contato físico com as
pessoas, mais as estamos ajudando!
É uma pandemia que nos obriga à
solidão, ao silêncio e à reflexão. Hábitos esquecidos e até desprezados na
sociedade da hiperconexão e da interação. Da dificuldade de introspecção de uma
cultura voltada para a autoimagem projetada, nascem dois sentimentos
aparentemente opostos: a agressão e a depressão.
Nas redes sociais vemos amigos e
amigas virtuais expressar a incapacidade de estar consigo mesmos através da
agressão a toda e qualquer pessoa que sente, pensa e comunica diferente do que
eles gostariam. É a tentação da alma vazia, do espírito incapaz de encontrar-se
consigo mesmo, do medo de se olhar no espelho interior e se deparar com o horror vacui da própria existência. Vazio
que se projeta agressivamente sobre os outros tentando destruir neles o que não
quer apagar de si mesmo.
Por outro lado está a tentação de
preencher o vazio de sentido da existência através do consumo de coisas
desnecessárias. Horas e horas de shopping, de cinema, de teatro, de
restaurantes, de séries televisivas, novelas, viagens e tantas outras coisas
mais, com a única finalidade de empanturrar o interior de bens. É o acumulador
típico do mercado capitalista. Ele morre sufocado pelos objetos dos quais não
necessita. Agora que a pandemia do covid19 o impede de consumir, padece o delirium tremens do consumismo e corre o
risco da implosão depressiva.
A covid19 é uma doença física
grave. Não é uma gripezinha qualquer. Ela mata. Mais de 15 mil pessoas já
perderam a vida. Infelizmente, muitas outras a perderão. A humanidade demorará
anos, talvez décadas, para refazer-se.
Mas a covi19 também revela uma
doença da alma. De uma humanidade que coloca a economia acima da vida das
pessoas e da vida dos outros seres que habitam o mesmo sistema Terra.
É importante que se faça tudo o
que é possível para impedir o avanço da pandemia. É importante que se descubra
logo um tratamento para os já infectados. Todos os esforços devem ser envidados
nesta direção e sem tergiversação e atitudes diversionistas, seja por parte dos
cidadãos como dos governantes.
Mas é importante que saiamos
desta pandemia com uma alma nova, com a capacidade de olhar para dentro de nós
mesmos e percebermos que não podemos transformar nossas vidas, a vida da
humanidade e do Planeta Terra em uma sepultura onde jazem os restos das pessoas
que amamos.
Para os que creem na Ressurreição,
não há quarto dia. Lázaro está vivo e pode, sim, sair do túmulo e iniciar uma
vida nova.
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