Que
venha o meteorito! É uma expressão cunhada e repetida por um colega meu diante
da irresponsabilidade humana para com o meio ambiente. Sem pudor e muito menos
responsabilidade, utilizamos e abusamos dos recursos naturais e estamos
conduzindo o Planeta Terra a uma catástrofe ecológica sem precedentes. E, com
insana estupidez, agindo assim, a humanidade está programando a sua própria
extinção. E essa catástrofe, antes que chegue à culminância, causará muita dor
e sofrimento à espécie humana. Então, para evitar mais sofrimento, que venha
logo o meteorito!
Tomando
o mote do colega e vendo a deterioração não só do meio ambiente, mas das
relações humanas como um todo, também tenho a tentação de desejar que esse fim
chegue logo. Ao invés de aprendermos com as gerações que nos precederam, parece
que queremos repetir os piores erros do passado…
Com
efeito, a humanidade caminha em direção a uma concentração de riqueza nas mãos
de poucas pessoas e empresas. Enquanto isso ou, por causa disso, bilhões de
seres humanos têm suas vidas ceifadas ou reduzidas drasticamente pela falta do
básico: água, comida, saneamento, casa, de atendimento à saúde. E ainda
empilhamos milhares e milhares de mortos de forma absurda em guerras que têm
como única justificativa a acumulação de mais e mais riqueza por parte de
poucos. Que venha logo o meteorito!
Depois
de tanto esforço de gerações e gerações para construir sociedades democráticas
onde as pessoas, mesmo sendo diferentes e pensando diversamente, possam
conviver em paz respeitando-se mutuamente, renascem vozes que exaltam o
fascismo, o nazismo, o racismo, a misoginia, os torturadores e assassinos que
mancham a história da humanidade e de nossas nações. Que venha logo o
meteorito!
Quando
olhava a realidade de seu tempo, Jesus teve a mesma tentação. É o que nos
atestam os Evangelhos. Ele também desejou que a dor e o sofrimento de seu povo
terminassem logo. Era demais aguentar tudo aquilo. Mas há um detalhe
importante. A diferença bem declarada por Jesus no seu discurso apocalíptico, é
a de que a catástrofe não é o fim último. O desastre provocado pelos humanos e
que tem consequências cósmicas, é passageiro. Ele não é um fim em si mesmo e
nem dura para sempre. Para além da catástrofe está a justiça de Deus já
proclamada pelos profetas, entre eles Malaquias, quando afirma que “virá o dia,
abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e
esse dia vindouro haverá de queimá-los”. Para aqueles que, como lembra Jesus,
permaneceram fiéis e foram perseguidos por causa da justiça de Deus que é a
defesa dos empobrecidos e da criação, “nascerá o sol da justiça, trazendo
salvação em suas asas”.
Que
esse dia chegue logo! De preferência, antes que venha o meteorito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário