O voto de pobreza: reflexões a partir do Magistério do Papa Francisco


A Lumen Gentium (43-44), ao tratar dos conselhos evangélicos de castidade consagrada a Deus, de pobreza e de obediência, apresenta-os como a) um Dom de Deus, b) um serviço a Deus, c) um dom à Igreja, d) um serviço ao Reino, e) um sinal escatológico na Igreja e f) um sinal escatológico para o mundo.
Seguindo a perspectiva conciliar, a Exortação Apostólica Vita Consecrata apresenta o “ser sinal escatológico” como a dimensão profética “inerente à vida consagrada enquanto tal” (VC 84). Para João Paulo II, “devido ao radicalismo do seguimento de Cristo e da consequente dedicação à missão que o caracteriza”, para a/o religiosa/o, “nada pode ser preferido ao amor pessoal por Cristo e pelos pobres, nos quais ele vive”(VC 84).
Para viver a dimensão profética, há um pressuposto necessário: estar a serviço do desígnio de Deus sobre os homens e estar atentos aos sinais da ação providente de Deus na história. Ou, nas palavras de João Paulo II, “para cumprirem convenientemente tal serviço, as pessoas consagradas devem ter uma profunda experiência de Deus e tomar consciência dos desafios do seu tempo, identificando o sentido teológico profundo deles por meio do discernimento realizado com a ajuda do Espírito” (VC 73).
Com estes dois pressupostos cumpridos, será possível “trabalharmos segundo os seus planos com uma inserção ativa e fecunda nos acontecimentos do nosso tempo” (VC 73).
Nesse trabalho, publicado no n. 528 de Revista Convergência, reunimos elementos do magistério do Papa Francisco para reler o voto de castidade no mundo de hoje, seguiremos metodologicamente os passos apontados pela VC. Num primeiro momento assinalaremos os “sinais dos tempos” relacionados à temática da pobreza apontados pelo Papa Francisco, em seguida veremos como ele os reflete a partir do desígnio de Deus sobre a humanidade e, para finalizar, como podemos trabalhar para que o plano de Deus seja realizado ativa e fecundamente em nosso tempo.

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